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Como trabalha Danae Lamar Speciale

24 de maio de 2017 by José Nunes

Danae Lamar Speciale é terapeuta corporal integrativa, criadora de projetos de comunicação visual, produtora de eventos e co-iniciadora do movimento A Ponte, que conecta pessoas em busca de transformação.”

Como você começa o seu dia? Você tem uma rotina matinal?

Não tenho e não gosto muito de rotina (apesar de hoje estar encarando ter uma como uma necessidade de cura), e toda vez que crio uma agenda preciso adaptá-la, pois as coisas nunca acontecem como previ! Posso dizer que nesse momento estou construindo uma “rotina caótica”, que é resiliente aos zilhões de imprevistos que podem mudá-la.

Como você administra o seu tempo? Você prefere ter vários projetos acontecendo ao mesmo tempo?

Bom, estou em um processo de aprendizado, pois meu tempo era administrado de acordo com as demandas de trabalho e sempre tive vários projetos acontecendo ao mesmo tempo, modelo Bombril! São os atendimentos de massagem/acupuntura, a produção de eventos, a parte da criação de identidades visuais, agora um emprego fixo de 6 horas vai entrar no processo. Hoje estou comprometida comigo mesma, me dedicando a alguns estudos e processos terapêuticos semanais, buscando momentos só meus, de autocuidado… percebendo que vou precisar inventar uma rotina para seguir com todos os projetos.

Como é sua relação com a tecnologia? O e-mail tem interrompido sua vida produtiva? Que ferramentas você usa para se manter organizada?

Considero usar a tecnologia ao meu favor hoje. Poder trabalhar on-line de qualquer lugar dentro dessa “rotina caótica” ajuda muito nesse modelo de trabalho que escolhi. O e-mail só auxilia na vida produtiva, assim como o whatsapp, facebook e a internet em geral. Consigo separar (claro que colocando um foco na missão!) aquele momento onde o acesso é necessário para o trabalho e o momento de ócio criativo. Às vezes esses momentos se misturam, por estar sempre envolvida com processos dinâmicos e estar lidando diretamente com o público/facilitadores/parceiros, mas normalmente isso gera novos frutos e conexões, então tá tudo certo!

Para me manter organizada hoje, a agenda do celular, google agenda e bloco de notas com lista de afazeres do dia/semana são indispensáveis para lembrar de tudo que está acontecendo.

Como costuma ser o seu local de trabalho? Você precisa de silêncio e um ambiente em particular para trabalhar?

De preferência, um lugar silencioso, mas me adapto bem a qualquer lugar quando necessário e às vezes, curto uma música junto. Não precisa ser sempre o mesmo lugar, mas tenho pensado em ter um canto para atender com as massagens/acupunturas ultimamente.

De onde vêm suas ideias? Há um conjunto de hábitos que você cultiva para se manter criativa?

Vejo que minha criatividade parte muito da interação direta com as pessoas, das conversas e encontros. Funciono muito bem sobre demanda, quando uma necessidade surge, começam a pipocar as soluções e conexões. Não tenho uma receita para manutenção dessa criatividade, muitas vezes uma conversa ou uma busca na internet sobre o tema da situação acaba expandindo o processo criativo.

Como você lida com bloqueios criativos, como o perfeccionismo, o medo de não corresponder às expectativas e a ansiedade de trabalhar em projetos longos?

Putz… quando travo, paro tudo e vou fazer algo diferente para esquecer um pouco aquilo que eu estava fazendo. Sou extremamente perfeccionista e fico trabalhando em algo até sair do jeito que quero, muitas vezes causando um desgaste desnecessário, mas superar as expectativas é sempre uma meta dentro dos projetos. Trabalhar em projetos longos é algo difícil para mim pois tenho tesão no imediatismo, no ver a coisa pronta aqui e agora, pra ontem… acabo procrastinando quando o resultado é a longo prazo e muitas vezes deixando de lado esses projetos.

Você desenvolveu técnicas para lidar com a procrastinação? Que conselhos sobre produtividade não funcionaram para você?

Hoje, além de terapia e coach para trabalhar a fundo minhas dificuldades e crenças limitantes, busco seguir minha lista de tarefas e criar essa agenda no dia anterior, para ter algum tipo de rotina construída e tentar não procrastinar. Categorizo a atividade em ordem de urgência: o que é pra ontem, o que é pra hoje e o que pode ser feito amanhã caso não dê tempo de tudo. Assim as coisas vêm se organizando bem, perdi a sensação eterna de estar atrasada e não ter tempo para nada.

Qual é o livro que mais mudou a sua vida e por quê? O que você considera inspirador ler ou aprender sem que lhe peçam ou esperem isso de você?

Nossa, acho que não tenho um livro que mudou a minha vida… normalmente grandes mudanças vieram de interações, momentos, eventos, experiências. A grande maioria delas voltadas para expansão de consciência, autoconhecimento, desenvolvimento humano. Acredito que quanto mais entramos em contato com nós mesmos, todos os outros processos da vida prática fluem e ficam claros.

Que conselho você queria ter ouvido aos vinte anos? Com o que você sabe hoje, se tivesse que começar novamente, o que você faria de diferente?

A Danae de 35 diria para a Danae de 20: “Garota, a vida será uma caixinha de surpresas, então vamos lá a dicas importantes: 1- Inicie agora sua busca por se conhecer de verdade, assim vai economizar uns 4 anos anos de estrada! 2 – Dinheiro é bom, não deixe-o de lado, tenha uma boa relação com ele valorizando-o, assim sempre estará incluso e disponível. 3- Comece a fazer exercício físico agora para ir se acostumando – aos 35, fica mais difícil de começar! 4- Ame e seja amada, não fique em relações que não são recíprocas. 5- Busque o reconhecimento de você para você mesma, não espere que venha de fora, valorize os seus dons.”

Que projeto você gostaria de fazer, mas ainda não começou? Que livro você gostaria de ler e ele ainda não existe?

Bom, quero iniciar um canal no youtube para partilhar minhas experiências terapêuticas, de autoconhecimento, para que mais pessoas possam conhecer sobre as técnicas que me ajudaram muito a me entender melhor. Escrever mais também é um projeto em que preciso colocar gás, iniciei esse ano mas está parado. Um livro que eu gostaria de ler que ainda não existe é: “O dia em que o ser humano se aceitou e viveu integrado com o planeta terra”.

Arquivado em: Entrevistas

Sobre o autor

José Nunes (@nunescnt) é doutor em direito pela Universidade de Brasília.

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