Chico Montenegro é fundador da Olhe Fora da Caixa.
Como você começa o seu dia? Você tem uma rotina matinal?
Sim. Em 90% dos dias eu acordo às 5h30 e sigo uma rotina de banho gelado, meditação, tomo água com limão e sal rosa, tomo um café BulletProof, leio trinta minutos e olho minha agenda para definir as tarefas mais importantes do dia. Isso leva cerca de 1h30.
Como você administra o seu tempo? Você prefere ter vários projetos acontecendo ao mesmo tempo?
Sou um trabalhador esforçado. Eu realmente gosto de estar envolvido em muitos projetos. Mas tenho uma agenda montada com base no que é essencial, então sempre tenho um projeto principal rolando e os demais entram no tempo extra do dia. Mas meu tempo tem como base de administração a minha energia e o que é essencial para minha vida e meu negócio, sempre nesta mesma ordem.
Como é sua relação com a tecnologia? O e-mail tem interrompido sua vida produtiva? Que ferramentas você usa para se manter organizado?
Sempre adorei tecnologia e não uso tantas ferramentas. Não são as ferramentas que me fazem produtivo, é como gerencio minha energia e atenção. O e-mail é uma ótima ferramenta e representa muito no meu trabalho, mas uso apenas duas vezes ao dia e tento reduzir isso sempre. Atualmente uso Agenda do Google, Trello para projetos da empresa, e-mail e um caderno onde gosto de sempre rabiscar ideias.
Como costuma ser o seu local de trabalho? Você precisa de silêncio e um ambiente em particular para trabalhar?
Sim. Eu gosto de ter o momento de trabalho e meu escritório foi projetado para isso. Atualmente tenho duas mesas, parece algo desnecessário, mas para mim é fundamental. Uma das funciona para que eu trabalhe de pé e nela estão o notebook e um monitor, chamo essa mesa de digital. A outra tem uma cadeira de escritório e nada de tecnologia em cima dela, nem o celular fica lá. Nesta mesa eu leio, trabalho com anotações, faço mindmaps com post e coisas do tipo sem tecnologia, chamo esta mesa de analógica. Tudo flui bem assim.
De onde vêm suas ideias? Há um conjunto de hábitos que você cultiva para se manter criativo?
Vem da curiosidade constante sobre tudo e da predisposição do desconhecido. Eu sempre busco algo novo para aprender, sempre estou inventando algo na minha vida que eu normalmente não faria. Assisto filmes diferentes do que estou acostumado, converso com pessoas diferentes. Criatividade é conexão de ideias e conhecimentos, por isso se manter proativo na busca do novo é fundamental.
Como você lida com bloqueios criativos, como o perfeccionismo, o medo de não corresponder às expectativas e a ansiedade de trabalhar em projetos longos?
Já me preocupei demais com isso, hoje não mais. Os bloqueios acontecem e neste caso eu paro de trabalhar no que venho fazendo e volto minha atenção para outras tarefas, às vezes até me permito procrastinar um pouco. Já o perfeccionismo é uma guerra constante, mas determinei tempo para cada tarefa e tenho uma regra simples: fiz no tempo, tá ótimo. Não fiz, vai assim mesmo.
Você desenvolveu técnicas para lidar com a procrastinação? Que conselhos sobre produtividade não funcionaram para você?
Quanto à procrastinação eu faço algo simples: me permito. De forma consciente, se sabemos que estamos procrastinando, isso não é frustrante. Mas eu sigo uma regra simples que aprendi com John Perry: se for procrastinar, faça com algo que está na sua lista de tarefas. Sobre conselhos de produtividade, eu nunca consegui gerenciar meu tempo e acho isso uma balela, então voltei minha atenção para gerenciar minha energia e vi minha produtividade se tornar hiper.
Qual é o livro que mais mudou a sua vida e por quê? O que você considera inspirador ler ou aprender sem que lhe peçam ou esperem isso de você?
Os Quatro Compromissos, de Don Miguel Ruiz. Esse é um dos livros que me impactaram nos últimos anos, pela forma como o autor aborda temas comuns, mas necessários em nossa vida. Adoro ler biografias, me encanta como a história de pessoas que eram comuns pode ser inspiradora.
Que conselho você queria ter ouvido aos vinte anos? Com o que você sabe hoje, se tivesse que começar novamente, o que você faria de diferente?
Eu ouvi o conselho que queria aos vinte anos, um ex patrão me disse: “Chico, enquanto você vender seu tempo, não se tornará rico em nada”. Para crescer você precisa de três coisas: vender ideias, ser esforçado e unir pessoas que dedicaram o tempo delas nas suas ideias e sonhos.
Não faria nada de diferente, nem os piores erros que cometi eu trocaria por algo. Tudo que sei foi uma grande junção do que acertei e aprendi e isso muda tudo.
Que projeto você gostaria de fazer, mas ainda não começou? Que livro você gostaria de ler e ele ainda não existe?
Gostaria de modificar a forma como as pessoas aprendem, um dia pretendo me envolver em projetos assim ou criar algo assim. Na verdade a Olhe Fora da Caixa é isso, somos uma Startup de educação para pessoas inconformadas com a vida comum e de certa forma já venho mudando a forma como as pessoas aprendem. O livro que eu gostaria de ler é o que vou escrever sobre como Encontrar Sua Arte e viver fazendo o que se ama de verdade.