Carloz Torres é publisher na Editora Essencial.

Como você começa o seu dia? Você tem algum ritual de preparação para o trabalho?
Não tenho ritual. Acordo às 6h da manhã pensando em livros e escritores. Gosto de um café fresquinho enquanto fico por dentro das notícias pela internet ou tv. Tenho um painel grande aonde fica a agenda e metas da semana e começo imediatamente a trabalhar. Como tenho uma fila de trabalhos no dia procuro bater a meta. Edito livros e fotos. Mas preciso editar com disciplina minhas metas.
Como você organiza sua semana de trabalho? Que ferramentas você usa para se manter organizado?
Eu persigo a disciplina todos os dias. Não é fácil porque atendo zaps, edito vídeos, frequento saraus e lançamentos de livros e fotografo.
Como costuma ser o seu local de trabalho? E o que muda na sua rotina quando você viaja?
Tenho uma bancada em um pequeno escritório (dentro da residência) com muitos livros, agenda, tablet, painel de lousa com demanda de trabalhos e metas escritas e uma garrafa de água.
Quando viajo procuro desconectar da internet. Mas se estou com trabalho para estourar o prazo uso meu notebook em qualquer lugar que estiver viajando.
Como você se organiza ao dar início a um novo projeto? Você planeja tudo antes ou apenas deixa fluir?
Planejo tudo. Como editor que faz tudo, capa, diagramação, distribuição, vendas, entrevista e ebook, tenho uma sequencia a seguir desde quando o original entra. Para cada demanda de trabalho informo o escritor vendendo o cronograma programado.
Quais são seus maiores ladrões de tempo e como você lida com eles?
Redes sociais. Eu lido fechando janelas, senão não trabalho.
Como você lida com bloqueios criativos como o perfeccionismo, a ansiedade e o medo de não corresponder às expectativas?
Eu lido com humildade em situações extremas. Dialogo com o cliente, me estimulo com inspirações em fotografias, filmes… busco o lúdico em todas as situações para relaxar a mente.
De onde vêm suas ideias? Há um conjunto de hábitos que você cultiva para se manter criativo?
Tenho um repertório cultural bem extenso, de cinema a fotografia, de artes visuais e visita a museus, de estudos da história da arte a atualização constante do design gráfico. Por isto gosto de beber de fontes alternativas da arte contemporânea, para diagramar e criar capas. Mas para cada trabalho há uma solução criativa.
Que livro você mais tem recomendado para outras pessoas? O que você considera inspirador ler ou aprender sem que lhe peçam ou esperem isso de você?
Gosto de recomendar livros que possam resgatar valores humanos. Poesias de poetas politizados, preocupados com o coletivo.
Que conselho você queria ter ouvido no início de sua carreira? Com o que sabe hoje, se tivesse que começar novamente, o que você faria diferente?
“Trabalhar com livros no Brasil é pedreira, é difícil, é uma luta de paixão e sangue”. Este seria o melhor conselho.
Depois de perceber todas as dificuldades de trabalhar com livro no Brasil eu tomei as decisões abaixo:
O que fiz de diferente foi trabalhar na contramão: da falta de leituras, do mercado fraco e vendas, dos escritores sem dinheiro e assessoria editorial e marketing. Quem publica comigo têm várias vantagens e assessoria editorial enquanto durar a vigência do contrato. Mantenho oficinas de photopoesia voluntárias em centros culturais e escolas públicas. Agendo lançamentos estratégicos. Participo de feiras.
O que você talvez faria se não tivesse seguido sua carreira atual? Que projeto você gostaria de fazer, mas ainda não começou?
Me aprofundaria mais na fotografia. Iniciei oficina de photopoesia, com finalização de livros e fotos.