Camile Just é fundadora da Just Assistente Virtual Real.
Como você começa o seu dia? Você tem uma rotina matinal?
Estou sempre testando e realinhando minha rotina para ficar mais produtiva. Eu gosto muito de acordar cedo, lá pelas seis e meia, e tirar um tempo para reflexão sobre o andamento dos meus projetos, revendo objetivos e prioridades e olhando de perto se estou mesmo focando no que importa. Também prefiro fazer exercícios físicos de manhã. Mas ando aprendendo a flexibilizar e ouvir meu corpo – percebi que essa cobrança interna que tenho por produtividade me causa tensões, então nos dias em que estou mais cansada, ou por ter trabalhado até tarde ou por ter tido um gasto de energia fora do comum, tenho me permitido dormir um pouco mais e descansar. Nesses dias acordo umas 08:30 e vou para a academia à tarde.
Como você administra o seu tempo? Você prefere ter vários projetos acontecendo ao mesmo tempo?
Não é uma questão de preferência, eu sempre tenho vários projetos juntos. Projetos de clientes e meus projetos pessoais. Eu procuro ter sempre em mente o que é mais importante em cada um dos projetos e levantar quais são as ações-chave. Então distribuo meu tempo focando em realizar cada uma delas.
Como é sua relação com a tecnologia? O e-mail tem interrompido sua vida produtiva? Que ferramentas você usa para se manter organizada?
Eu trabalho na maior parte dos projetos de forma remota e criei um curso online, por isso a tecnologia está totalmente inserida na minha rotina. Enquanto estou trabalhando meu celular fica sempre no silencioso e não recebo notificações de e-mail, costumo checar a cada duas horas e responder de acordo com as prioridades do dia e de cada projeto. As ferramentas que mais uso são: uma agenda em planilha, onde ficam as ações-chave dos projetos; Evernote, onde guardo material de referência e inspiração; Toodledo, para lembretes e tarefas do dia a dia; Toggl, para registrar o tempo dedicado a cada projeto.
Como costuma ser o seu local de trabalho? Você precisa de silêncio e um ambiente em particular para trabalhar?
Eu normalmente trabalho em casa, mas como tenho total flexibilidade trabalho alguns dias em coworkings ou algum café – sair um pouco de casa e mudar de ambiente ajuda a me inspirar. Não me incomodo com pessoas e barulhos, mas em caso de tarefas muito complexas prefiro trabalhar na minha mesa ouvindo música clássica – para relaxar e manter a concentração.
De onde vêm suas ideias? Há um conjunto de hábitos que você cultiva para se manter criativa?
As ideias vêm de todos os lados! Gosto muito de acompanhar as mídias sociais para perceber e acompanhar as tendências. Pra me manter criativa e produtiva eu preciso fazer exercícios físicos, estar perto da natureza e passar bons momentos com as pessoas que eu amo. Se corto um desses três pontos a coisa desanda. Também gosto muito de ler e estudar assuntos do meu interesse – isso me inspira muito!
Como você lida com bloqueios criativos, como o perfeccionismo, o medo de não corresponder às expectativas e a ansiedade de trabalhar em projetos longos?
Sempre estou nessa luta! A melhor forma que encontrei para lidar com o perfeccionismo, o medo e a ansiedade é conversar com pessoas que eu admiro, que me conhecem e me admiram. Ter uma rede de apoio é fundamental nesses momentos. Ser gentil comigo mesma e perceber minha evolução também tem sido importante.
Você desenvolveu técnicas para lidar com a procrastinação? Que conselhos sobre produtividade não funcionaram para você?
Para espantar a procrastinação eu busco me colocar em um estado maker, fazendo quase uma gincana comigo mesma. Procrastinar me deixa chateada! Nos momentos diários de reflexão tento identificar o que me atrapalha, o que me faz sair do caminho. Sigo minha programação diária e faço uma revisão semanal das metas e prioridades.
Qual é o livro que mais mudou a sua vida e por quê? O que você considera inspirador ler ou aprender sem que lhe peçam ou esperem isso de você?
Com certeza o livro que mais me inspira é “Os 7 hábitos das pessoas altamente eficazes”, do Steven Covey. É em cima do conteúdo dele que montei meu método de trabalho. Com esse livro aprendi que não adianta focar esforços se não temos o objetivo em mente e que é preciso se dedicar ao mais importante, não ao urgente.
Considero inspirador não ter ninguém que me peça ou espere algo de mim. Ano passado estudei bastante de forma autônoma sobre redes e esse ano estou passando por uma pós informal sobre experiência do cliente e customer success (criada por mim mesma). Esses momentos de estudo são super importantes pra mim, junto com os momentos de reflexão me fazem sentir que estou fazendo algo por mim mesma e me dão mais gás para continuar.
Que conselho você queria ter ouvido aos vinte anos? Com o que você sabe hoje, se tivesse que começar novamente, o que você faria de diferente?
Sempre fui muito tímida, então, se pudesse mandar um recado pra mim mesma seria para ser mais solta, conversar mais com as pessoas e falar mais de mim, das coisas que me atraem e me inspiram. Se fosse começar novamente observaria mais minhas habilidades e intuições e com certeza iria focar mais em colocar as coisas em ação.
Que projeto você gostaria de fazer, mas ainda não começou? Que livro você gostaria de ler e ele ainda não existe?
Os projetos que mais me interessam trabalhar são os que mostram às pessoas que elas podem ser e fazerem o que quiserem. Estou sem espaço para pensar em novos projetos já que tenho alguns em andamento, como a Just Virtual – uma rede de assistentes virtuais autônomos, Como ser Assistente Virtual – meu curso online onde mostro como usar suas habilidades para entrar nesse mercado, TechLadies – um projeto lindo que busca aproximar as mulheres da tecnologia, onde trabalho apoiando a equipe que faz o projeto acontecer. Gostaria de ler um livro que mostrasse exemplos e histórias de pessoas que reinventaram a própria vida depois de descobrir seu potencial interno, mas não duvido que já exista!